O Caso Inusitado do Juiz Aposentado e sua Identidade Falsa

Este magistrado, que atuou por quatro décadas, foi acusado de utilizar um documento falso e de cometer falsidade ideológica

NOTICIAS

Irani Beatriz

4/3/20252 min read

a large building with a clock tower in the middle of it
a large building with a clock tower in the middle of it

O Ministério Público de São Paulo denunciou um caso intrigante que envolve um juiz aposentado, Edward Albert Lancelot Dodd Canterbury Caterham Wickfield, de 67 anos. Este magistrado, que atuou por quatro décadas, foi acusado de utilizar um documento falso e de cometer falsidade ideológica, enganando instituições públicas e a sociedade sob uma identidade fictícia.

Segundo a promotoria, Dodd Canterbury, na verdade, se chama José Eduardo Franco dos Reis. A elaborada trama começou a ser investigada pela Polícia Civil de São Paulo após o juiz tentar retirar uma nova via do RG utilizando seu nome falso em um Poupatempo na capital. Este ato impulsionou uma investigação que revelou uma vida dupla que durou quase a totalidade de sua carreira.

As razões para a adoção de uma identidade falsa por parte do juiz aposentado permanecem, até agora, desconhecidas. A sociedade se pergunta o que poderia ter levado um juiz, uma figura de autoridade e respeito, a viver sob um nome ficcional por tantos anos.

José Eduardo Franco dos Reis, um nome que se tornou sinônimo de escândalo na magistratura paulista, estudou direito na Universidade de São Paulo (USP) durante a década de 1980. Com um histórico acadêmico promissor, ele prestou concurso e ingressou na magistratura paulista na década seguinte.
Durante sua longa trajetória profissional no judiciário de São Paulo, o juiz atuou em varas cíveis e proferiu milhares de decisões. O que chama atenção, entretanto, é que todas as sentenças eram assinadas como “Edward Albert Lancelot D C Caterham Wickfield”.A aposentadoria de José Eduardo Franco dos Reis foi publicada em 2018
Essa adoção de uma identidade fictícia levanta questões éticas e legais sobre sua atuação, além de provocar debates sobre a integridade na justiça brasileira. Em seus diversos papéis, incluindo o de coordenador do núcleo regional da Escola Paulista da Magistratura em Serra Negra (SP), Franco dos Reis construiu uma carreira marcada por conquistas, mas também pela controvérsia que seu nome verdadeiro revelou ao longo do tempo.