Brasil reivindica Ilha submersa no Atlântico do tamanho da Espanha

A ilha de 500 mil km² é considerada rica em recursos minerais, incluindo as chamadas 'terras raras'. Estes minerais são cruciais para a transição energética, sendo utilizados em diversas tecnologias modernas, como baterias de veículos elétricos e equipamentos de alta eficiência

CURIOSIDADE

Irani Beatriz

7/5/20251 min read

a map of the area where the area is located
a map of the area where the area is located

Desde 2018, o Brasil tem reivindicado junto à Organização das Nações Unidas (ONU) a titularidade de uma vasta área submersa no oceano atlântico, conhecida como a elevação do Rio Grande. Com um tamanho equivalente ao da Espanha, essa massa de terra está situada a aproximadamente 1.200 km da costa do Rio Grande do Sul e a uma profundidade de 5 mil metros.

De acordo com estudos realizados por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), a formação submersa pode ter sido parte do território brasileiro antes de sua submersão. As investigações científicas revelam que o solo que compõe a ilha é comparável ao do interior de São Paulo, fornecendo indícios de que a ilha não é apenas uma criação geológica recente, mas sim um remanescente de terras que outrora estiveram acima da linha d'água.

A ilha de 500 mil km² é considerada rica em recursos minerais, incluindo as chamadas 'terras raras'. Estes minerais são cruciais para a transição energética, sendo utilizados em diversas tecnologias modernas, como baterias de veículos elétricos e equipamentos de alta eficiência. Além das terras raras, o local contém basalto, uma rocha vulcânica, e camadas de argila, e camadas de argila vermelha — que comprovam que o local já foi uma ilha vulcânica tropical.
São minerais que ocorrem na natureza. Ou o país tem reserva ou não tem, não tem como criar uma indústria de minerais. E o Brasil tem muito desta riqueza. O que encontramos é uma concentração anômala de minerais na Elevação Rio Grande", explica a pesquisadora Carina Ulsen, da USP.
O Brasil tem a segunda maior reserva de "terras raras" do mundo, segundo o Ministério de Minas e Energia (MME). Contudo, ainda não domina plenamente a tecnologia de beneficiamento e transformação industrial desses minerais.

Na prática, isso significa que o país ainda exporta, em boa parte, os minerais como commodities brutas, sem agregar valor.